quinta-feira, maio 27, 2004

 

O homem, esse ser civilizado


Civilização.
Palavra bonita, não é mesmo?... somos civilizados.

Apesar de umas torturazinhas aqui, uns pescoços cortados ali, estamos nos saindo bem. Ou não.
Tudo bem que de vez em quando uma bomba exploda (e exploda algumas pessoas junto), que uma bala se perca... um assassinato acolá, um sequestrozinho pra distrair...

Na podridão desse dia que amanhece, reflito.
E como se não bastasse, camada de ozônio, efeito estufa, água... e tantas outras bobagens que aprontamos por aí.

Fome, miséria, pobreza, opressão... tudo justifica as barbaridades nossas de cada dia...
A culpa nunca é da gente, somos uns pobres coitados.
Culpa do sistema econômico. Culpa do governo. Culpa dos EUA. Culpa nossa de cada dia...
Enquanto a "grande abóbora" não vem, vamos inventando culpas e desculpas para nós mesmos.
Temos medo de olhar para dentro de nós... o que vamos ver?...

Somos cada dia mais covardes. Matamos, roubamos, explodimos, degolamos, torturamos...
A vida vale o quê mesmo?... vale o tempo de encontrar um "bicho" na primeira esquina, que nos rouba a carteira e mete uma bala em nossa testa.
Aí vão dizer que é por falta de oportunidade, por pobreza, por causa das desigualdades de nosso país.
Conversa...
É por covardia. Por incompetência. Por revolta. Por inveja. Por impunidade...

Luz no fim do túnel ou exceção da regra?
Ontem vi num telejornal. Em Curvelo, interior de Minas Gerais, um adolescente encontra num terreno próximo a sua casa, um malote com quase 22 mil reais. Era um malote roubado de um posto de gasolina da cidade, durante um assalto. O que ele faz?
Ele e família são pobres, casa humilde, cenas típicas daquelas pessoas que vivem a vida com dificuldade.
Devolve o dinheiro.
Na entrevista, disse que fez o que tinha que fazer. O pai, perguntado sobre a atitude do filho, disse que o dinheiro não era deles. Não era fruto do trabalho, do suor deles. Era dinheiro roubado. O filho tinha mais que devolver mesmo, fez certinho.

...

Temo que não existam mais tantos pais, tantos filhos, tantas famílias iguais a essa...

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