segunda-feira, maio 31, 2004

 

Fotos e imagens


Dia desses, um dos visitantes do Blog me fez uma reclamação, dizendo que aqui não havia imagens. Realmente, ainda não postei nem imagens nem fotos por aqui. Primeiro, porque dá um trabalho danado. Segundo, porque só vou publicar quando for estritamente necessário, relevante para o assunto tratado.

Aliás, o Blog vai ganhar uma remodelada breve. Assim que eu aprender direito mais alguma coisa sobre esse tal de "HTML". Mas não esperem fotos ou imagens diárias por aqui. Além de pesar muito, não tem muita necessidade disso. Sei que acabo perdendo muitos visitantes por não colocar imagens. Mas, paciência...

Mas a reclamação me fez pensar um pouco sobre o assunto. Foi de uma pessoa jovem, que conheço. Os jovens de hoje tem muita preguiça de ler. E falo com conhecimento de causa. Dê um texto para eles, e lá vem bronca. Recomende um livro, que eles te olham como se estivessem vendo um ET... vivem na superficialidade, crescem na superficialidade...

sábado, maio 29, 2004

 

Do Febeapa, ou "Febeario"


E dá-lhe "Febeapa", que a cada dia que passa se caracteriza exclusivamente como "Febeario", ou "Festival de Besteiras que Assola o Rio de Janeiro". Sérgio Porto deve estar dando voltas no túmulo.
Como se não bastasse a quantidade de besteiras já ditas e feitas, o governo do Estado do Rio de Janeiro acaba de lançar mais uma.

A excelentíssima Rosinha, graças a uma lei criada quando seu marido era governador do Rio de Janeiro, confirmou a decisão de adotar o criacionismo na rede pública de ensino estadual, conforme matérias da Folha de São Paulo do dia 13/05, pág. A16. O assunto também foi matéria da revista Época e do OI desta semana.

Existem várias teorias que explicam a origem da vida. Várias. Entre elas, o criacionismo, baseada sobretudo no relato bíblico, que nos diz que o mundo e todos os seres que nele habitam foram criados por Deus. Uma outra teoria, o darwinismo ou teoria evolucionista, apenas para exemplificar, diz que o homem partilha de um tronco comum como os macacos, fruto da evolução das espécies. O autor é Charles Darwin, autor de A Origem das Espécies.
De acordo com cada religião, cada cultura, as teorias mudam. Como disse, existem outras, e não se trata aqui de defender esta ou aquela.

Se trata apenas de defender a liberdade de cada um em acreditar naquilo que lhe é mais verossímil, de acordo com suas crenças e valores individuais. Não é função do Estado doutrinar, catequizar ou evangelizar. A função do Estado é garantir ao cidadão uma vida digna, com segurança, saúde, emprego, moradia e educação. De qualidade.
Quando dou aulas, mostro aos alunos as diversas teorias que existem a respeito da criação do homem e do mundo. Cada um que acredite naquilo que lhe é mais conveniente, mesmo porque não tenho como provar quem está certo e quem está errado.
Mostrar as opções, os caminhos, sempre. Impor uma alternativa, nunca.

Sou católico, não praticante. Mas sempre achei que questões como religião ou concepção de mundo seriam questões individuais.
É uma decisão que vai refletir a fé de cada um, em que o indivíduo acredita, na sua concepção de mundo. Oficializar a religião, ou melhor, oficializar a "teoria criacionista" no ensino estadual me parece bastante complicado.
Além de ir contra definições pessoais, como dito acima, vai contra também a laicidade do Estado, garantida na constituição.
Só falta agora definir quem serão os nossos talibãs, se é que já não estão aí, na nossa cara.


sexta-feira, maio 28, 2004

 

Astaroth


As idéias quase sempre chegam até a gente nas horas mais impróprias. Num post passado, falando sobre política e economia, estava falando sobre o Fukuyama e o seu fim da história. Pois o assunto acaba de me voltar à mente, não sei bem porque...

Não é novidade nenhuma apresentarem o sistema capitalista como única alternativa para o mundo. Todas as teorias liberais, neoliberais ou coisa-que-o-valha apontam no mesmo sentido: o capitalismo é insuperável. Depois do fracasso do dito "socialismo realmente existente" (outra porcaria), essa idéia então ganha mais força ainda.

Todo sistema totalitário ou autoritário acaba adotando o mesmo viés "sem alternativa". Sabemos que não é bem assim...

Se eu tenho alternativa???... claro que tenho!

Que se danem os sistemas econômicos... que se danem os sacrifícios necessários ao progresso.

Isso, claro, antes que Astaroth, Deus da Guerra e da Maldade volte e reine soberano. As virgens brancas e os escravos submissos te esperam.

quinta-feira, maio 27, 2004

 

O homem, esse ser civilizado


Civilização.
Palavra bonita, não é mesmo?... somos civilizados.

Apesar de umas torturazinhas aqui, uns pescoços cortados ali, estamos nos saindo bem. Ou não.
Tudo bem que de vez em quando uma bomba exploda (e exploda algumas pessoas junto), que uma bala se perca... um assassinato acolá, um sequestrozinho pra distrair...

Na podridão desse dia que amanhece, reflito.
E como se não bastasse, camada de ozônio, efeito estufa, água... e tantas outras bobagens que aprontamos por aí.

Fome, miséria, pobreza, opressão... tudo justifica as barbaridades nossas de cada dia...
A culpa nunca é da gente, somos uns pobres coitados.
Culpa do sistema econômico. Culpa do governo. Culpa dos EUA. Culpa nossa de cada dia...
Enquanto a "grande abóbora" não vem, vamos inventando culpas e desculpas para nós mesmos.
Temos medo de olhar para dentro de nós... o que vamos ver?...

Somos cada dia mais covardes. Matamos, roubamos, explodimos, degolamos, torturamos...
A vida vale o quê mesmo?... vale o tempo de encontrar um "bicho" na primeira esquina, que nos rouba a carteira e mete uma bala em nossa testa.
Aí vão dizer que é por falta de oportunidade, por pobreza, por causa das desigualdades de nosso país.
Conversa...
É por covardia. Por incompetência. Por revolta. Por inveja. Por impunidade...

Luz no fim do túnel ou exceção da regra?
Ontem vi num telejornal. Em Curvelo, interior de Minas Gerais, um adolescente encontra num terreno próximo a sua casa, um malote com quase 22 mil reais. Era um malote roubado de um posto de gasolina da cidade, durante um assalto. O que ele faz?
Ele e família são pobres, casa humilde, cenas típicas daquelas pessoas que vivem a vida com dificuldade.
Devolve o dinheiro.
Na entrevista, disse que fez o que tinha que fazer. O pai, perguntado sobre a atitude do filho, disse que o dinheiro não era deles. Não era fruto do trabalho, do suor deles. Era dinheiro roubado. O filho tinha mais que devolver mesmo, fez certinho.

...

Temo que não existam mais tantos pais, tantos filhos, tantas famílias iguais a essa...

 

Conversinha Mineira


de Fernando Sabino:


-- É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo?

-- Sei dizer não senhor: não tomo café.

-- Você é dono do café, não sabe dizer?

-- Ninguém tem reclamado dele não senhor.

-- Então me dá café com leite, pão e manteiga.

-- Café com leite só se for sem leite.

-- Não tem leite?

-- Hoje, não senhor.

-- Por que hoje não?

-- Porque hoje o leiteiro não veio.

-- Ontem ele veio?

-- Ontem não.

-- Quando é que ele vem?

-- Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes não vem. Só que no dia que devia vir em geral não vem.

-- Mas ali fora está escrito "Leiteria"!

-- Ah, isso está, sim senhor.

-- Quando é que tem leite?

-- Quando o leiteiro vem.

-- Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de quê?

-- O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de que é feita a coalhada?

-- Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai indo a política aqui na sua cidade?

-- Sei dizer não senhor: eu não sou daqui.

-- E há quanto tempo o senhor mora aqui?

-- Vai para uns quinze anos. Isto é, não posso agarantir com certeza: um pouco mais, um pouco menos.

-- Já dava para saber como vai indo a situação, não acha?

-- Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem.

-- Para que Partido?

-- Para todos os Partidos, parece.

-- Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a eleição aqui.

-- Eu também gostaria. Uns falam que é um, outros falam que outro. Nessa mexida...

-- E o Prefeito?

-- Que é que tem o Prefeito?

-- Que tal o Prefeito daqui?

-- O Prefeito? É tal e qual eles falam dele.

-- Que é que falam dele?

-- Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito.

-- Você, certamente, já tem candidato.

-- Quem, eu? Estou esperando as plataformas.

-- Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa?

-- Aonde, ali? Uê, gente: penduraram isso aí...

terça-feira, maio 25, 2004

 

Mais idéias para sua lápide


Aran & Castelo


  O Agnóstico: Deus é grande, mas não é dois.
  O Ansioso: Uma cueca limpa, por favor.
  O Ateu: Tão bem vestido e nenhum lugar para ir...
  O Britânico: Morri, presumo.
  O Cego: Aqui onde?
  O Cinéfilo: From Here to Eternity
  O Comunista: O Paraíso não existe. Avisem Karl Marx. Pensando bem,
Karl Marx também não existe. Esquece.
  O Cri-cri: Volto a insistir: para mim isso foi só um desmaio.
  O Decorador: Aqui repousa Fabinho Darling num caixão lindíssimo de
mogno perolado, com luxuosas alças douradas em estilo Luiz XV.
Acima, mármore de Carrara marrom, combinando com o vaso de
cerâmica marajoara. As flores são manufaturadas em papel crepom
multicolorido e pintado à mão.
  O Doente de hemorróidas: Ainda bem que não enterram a gente
sentado.
  O Editor: Fora de catálogo.
  O Ejaculador precoce: Eu já esperava por isso, mas não tão rápido.
  O Empreiteiro: Este mausoléu é mais um empreendimento da
Construtora Odebretch & Corleone, com o apoio do Governo Federal,
Estadual e Municipal. Consulte nosso corretor.
  O Enrustido: Aqui jaz Sebastião. Tião, para o pessoal da obra. Sebás,
para os íntimos.
  O Esportista: Asa delta, nunca mais.
  O Favelado: Aqui, mais uma casa própria entregue pela Nossa Caixa,
Nosso Banco.
  O Feirante: Olha o cadáver fresquinho, dona freguesa!
  O Fotógrafo: Velei.
  O Geólogo: É pau, é pedra, é o fim do caminho.
  O Impotente: De pé, nunca mais.
  O Juiz: Isso não é justo.
  O Mal-humorado: Não incomodem.
  O Místico: À margem do rio Piedra eu sentei e dancei.
  O Pagodeiro: Favor não batucar na lápide.
  O Paranóico: Ta olhando o quê?
  O Proctologista: Tomei no cu.
  O Punk: Enfim, podre.
  O Segurança: Favor deixar o crachá visível.
  O Telegrafista: Fim da mensagem Pt.
  O Workaholic: Podem continuar rezando, que meu celular está
tocando.
  O Zumbi: Aqui jazia.

domingo, maio 23, 2004

 

O fim da história


O post anterior estava ficando muito grande, resolvi dividir pra facilitar a leitura, organizar as idéias e ficar menos cansativo...

Ainda sobre o capitalismo, Francis Fukuyama fez uma leitura hegeliana do "Fim da História", quando queria dizer que não existia possibilidade de superação do capitalismo (ou liberalismo, como queiram).

Entendi perfeitamente o que o João Mellão quis dizer em seu artigo, mas me dou o direito de discordar. Na teoria, a prática é outra (desculpem a falta de originalidade). Um sistema que é a materialização de "valores" como egoísmo e ambição não pode nunca ser considerado como o sistema ideal. Além de reforçar no indivíduo tais valores, agrega outros, como a valorização do supérfluo, o fetiche da mercadoria, a descontrução do indivíduo, criando uma culutra hedonista, onde tudo é relativizado. "A humanização das coisas e a coisificação do homem", como bem disse Marx.

Além do mais, boa parte do texto do Mellão não passa de uma falácia. Os países capitalistas desenvolvidos não são tão liberais quanto parecem, nem o Estado é tão mínimo assim, já que sempre age de acordo com os interesses dos conglomerados travestidos de Estado. São liberais apenas no que lhes convêm...

Nos países mais pobres, como o nosso, o verdadeiro capitalismo nunca existiu simplesmente pelo fato de sermos pobres, forçados a uma relação de dependência que trava o nosso crescimento. Isso que diferencia o capitalismo praticado em terras tupiniquins, por exemplo. Nosso capitalismo é periférico, e o liberalismo aqui praticado é ainda mais claudicante: cada dia mais o que vemos é uma total intervenção do Estado na economia, com decisões baseadas muitas vezes em interesses que não são os nossos.

Se por um lado Marx tem suas limitações e o socialismo nunca se mostrou uma alternativa viável, por outro lado Adam Smith, um dos representantes do capitalismo chega a ser cínico em alguns momentos, quando diz que "os governos não deveriam reprimir o egoísmo, pois as nações empobreceriam se dependessem unicamente da caridade e do altruísmo".

Eu penso que o Estado não deve existir para servir apenas de sustentáculo de um sistema econômico, seja ele qual for. O Estado deve existir para garantir uma vida digna aos seus cidadãos, seja no capitalismo, socialismo ou outro "ismo" qualquer.

sábado, maio 22, 2004

 

Estação Ambiental de Peti


Tratando um pouco da Geografia, hoje estivemos na Estação Ambiental de Peti, para conhecer e trabalhar um pouco. Trata-se de um centro de pesquisas da fauna e flora nativa, mantida pela CEMIG e localizada entre os municípios de Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo, em Minas Gerais. Ali são realizados diversos estudos sobre ecologia, pesquisas de reprodução e reintrodução de espécies nativas, monitoramento e manejo da fauna e flora, além de contar com programas na área de educação ambiental.

A estação pode ser visitada por alunos de escolas envolvidos em algum projeto na área de educação ambiental. Recomendo aos professores de Geografia levarem seus alunos ao local, excelente para a realização de trabalhos de campo e aulas práticas, contando com uma excelente infraestrutura: centro de pesquisas, viveiro de mudas, alojamentos, auditórios, restaurante, além de atrações como mirantes, trilhas, cascatas, barragem e canyon.
O rio principal é o rio Santa Bárbara, que faz parte da bacia hidrográfica do rio Doce, encaixado no fundo do vale. A região conta com um relevo peculiar, onde de um lado temos o embasamento granito-gnaisse e do outro lado itabirito (hematita); existe uma mina nas imediações (exploração de minério de ferro). É uma área de transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado, no contraforte ocidental da Serra do Espinhaço.

Algumas espécies ameaçadas de extinção se encontram no local, como o pavão-do-mato e o jacaré-de-papo-amarelo.

Durante a visita, fomos acompanhados pelo Sr. Leotacílio da Fonseca, gerente responsável pela estação, que nos mostrou as espécies de fauna e flora do local, com explicações sobre o manejo dos animais e da flora local e sobre as pesquisas de reprodução em cativeiro. Trata-se de uma estação piloto, e os projetos ali desenvolvidos são estendidos para as outras estações de pesquisa e reservas que a CEMIG possui. Várias pesquisas são desenvolvidas ali, inclusive com apoio técnico de professores da UFMG.

Quem tiver algum projeto na área ambiental ou mesmo quiser realizar visitas técnicas, vale a pena enfrentar a fila de pedidos e aguardar uma oportunidade de conhecer o local.


* * *

Aconteceu durante a viagem



Durante o deslocamento à estação ambiental, vejam o que aconteceu com quatro colegas que iam em um carro a nossa frente. Ao realizarem uma ultrapassagem na faixa contínua, foram surpreendidos por uma patrulha da polícia rodoviária "estrategicamente" localizada, recebendo sinal para encostar:

- Bom dia!. Você viu o que fez ali atrás, amigo? - pergunta o policial ao motorista.
- Vi sim senhor. O senhor me desculpe, estava com um pouco de pressa e a visibilidade era boa.
- É. Mas ultrapassou em faixa contínua... são 7 pontos na carteira e "190 reais de multa". - frisou o policial.
- Poxa vida. O senhor sabe, estamos vindo da PUC, vamos visitar uma estação ambiental próximo a Santa Bárbara...
- São estudantes, né?. Pois é, são 7 pontos na carteira e "190 reais de multa"... - disse o policial, se preparando para preencher a papelada.
- Tô enrolado. Já tenho uma multa para pagar, mais essa agora...
- É amigo... e são "190 reais", né?...
- ...

Como meus colegas não se manifestaram como queria o policial, ele cansou de frisar que são "190 reais" e foi direto ao ponto: "deixa alguma coisa pro café aí, e libero vocês..."
Final da história, foram liberados depois de deixar "30 reais" para o café do guarda...

sexta-feira, maio 21, 2004

 

Mais Aran & Castelo


Pra tornar nosso dia um pouco mais leve, mais uma pitada de humor (dos bons):

Várias idéias para sua lápide

Aran & Castelo

  O Agrônomo: Favor regar o solo com Neguvon. Evita vermes.
  O Alcoólatra: Enfim, sóbrio.
  O Alcoólico Anônimo: Já que era pra acabar assim, preferia cirrose.
  O Alérgico: Flores no túmulo do lado. Sou alérgico a pólen.
  O Alpinista: Pra cima todo santo ajuda.
  O Arqueólogo: Enfim, fóssil.
  O Assistente Social: Alguém aí, me ajude!
  O Baiano: Finalmente vou descobrir se o Caetano Veloso existe mesmo.
  O Cangaceiro fanho: Tã mi dano um cangaço.
  O Cartunista: Partiu sem deixar traços.
  O Católico: Deus é grande, mas não é dois. É três.
  O Curto e Grosso: Fodeu.
  O Delegado: Tá olhando o quê? Circulando, circulando!
  O Ecologista: Entrei em extinção.
  O Encanador: Aqui gás.
  O Enólogo: Cadáver envelhecido em caixão de carvalho, aroma de formol
e aftertasling que denota a presença de microorganismos diversos.
  O Espiritualista: Volto já.
  O Fanho: Anqui janz.
  O Funcionário Público: É no túmulo ao lado.
  O Garanhão: Rígido, como sempre.
  O Herói: Corri para o lado errado.
  O Hipocondríaco: Eu não disse que estava doente?
  O Humorista: Isto não tem a menor graça.
  O Jangadeiro Diabético: Foi doce morrer no mar.
  O Jóquei: Cruzei o disco final.
  O Judeu: O que vocês estão fazendo aqui? Quem está tomando conta da
lojinha?
  O Kamikaze: Cai matando.
  O Latifundiário: Invasores serão expulsos à bala.
  O Lobista: Tudo bem. Eu conheço um cara que é amigo de um primo de
Deus.
  O Maníaco Sexual: Deixo para trás os melhores ânus da minha vida.
  O Megalomaníaco: Deus estava precisando de uma força.
  O Micreiro: Por favor, me dê um restart.
  A Ninfomaníaca: Uau, esses vermes insaciáveis vão me comer todinha.
  O Obstetra: Morrer é um parto.
  O Otimista: Pelo menos não pago mais imposto de renda.
  O Paulistano: Ôrra, meu, que merda! Até aqui tem fila?!
  O Pessimista: Aposto que está fazendo o maior frio no Inferno.
  O Político de Esquerda: Mortos, fora do cemitério! Terra para quem
trabalha!
  O Psicanalista: A Eternidade não passa de um complexo de superioridade
mal resolvido.
  O Sanitarista: Sujou.
  A Sex-Symbol: Agora, só a terra vai comer.
  O Soldado Desconhecido: Quê? Eu seguro a bomba?
  O Viciado: Enfim, pó.

 

Artimanha


Muitos dos Blogs mais acessados tem links ou trazem fotos de sexo, mulheres nuas, vídeos pornô. Poderia colocar aqui fotos da Juliana Paes nua, ou fotos da Susana Werner nua, ou fotos da Fernanda de Freitas nua. Mas como já existem (aos milhares) sites especializados no assunto, me recolho à minha insignificância e agradeço muito a todos que frequentam este Blog, seja por amizade, ou seja por gostar de ler o que encontram por aqui.

quinta-feira, maio 20, 2004

 

Epitáfios



Reproduzo aqui, de um site que eu adoro, o Releituras, trechos de alguns autores, como Aran & Castelo, sobre Epitáfios... divirta-se!!!

O livro de epitáfios

Aran & Castelo

EPITÁFIOS DE GENTE FAMOSA:

  Ai, tô morta! (Agnaldo Timóteo)
  Nelson Ned é a puta que o pariu! (Anão Zangado)
  Causa mortis: pneumonia. (Anão Atchim)
  Estou dando para os vermes o que sempre recusei aos homens... (Angélica)
  Do pró ao pó (Arnaldo Jabor)
  Caí do cavalo (Beto Carreiro)
  Isso é uma vergonha! (Bóris Casoy)
  É preciso passar o inferno a limpo. (Idem)
  Cuidado: inflamável (Boris Ieltsin)
  Alguma coisa aconteceu em meu coração (Caetano Veloso)
  Moli (Cebolinha)
  A César o que é de César: um buraco (César Maia)
  Hay que apodrecerse (Che Guevara)
  Pai, viu o que deu não afastar de mim o cálice? (Chico Buarque)
  Ohana nas alturas (Cláudia Ohana)
  Às margens do rio Piedra eu sentei e a-do-rei! (Clodovil)
  No túmulo com Danuza (Danuza Leão)
  Logo hoje que eu estava toda encaralhada, puta que me pariu! (Dercy
Gonçalves)
  Finalmente, não preciso fazer mais nada (Dorival Caymmi)
  Atenção, velas, flores e fotos autografadas estão à venda no estande da
Igreja Universal, à direita de quem entra no cemitério (Edir Macedo)
  A Sociedade Protetora dos Animais conserva esta área (Edmundo)
  Meu nome era Enéas! (Enéas)
  Não morri, estou fazendo pós-graduação da vida (Fernando Henrique
Cardoso)
  Desta vez, doeu demaaaisss! (Gal Costa)
  A complexitude do sincretizamento da afrocrença nagô com a mitologização
da catolicitude, não deixa duvidanças: desencarneci. (Gilberto Gil)
  Sempre adorei criança. Malpassada (Herodes)
  Enterrem meu topete na beira do rio (Itamar Franco)
  Foi o único jeito dele pular cerca... (José Rainha)
  Foi culpa da Rede Globo (Leonel Brizola)
  Aqui jaz um malvadinho (Luiz Eduardo Magalhães)

quarta-feira, maio 19, 2004

 

Velho Chico



Muito se tem falado sobre o projeto de transposição das águas do Rio São Francisco.
Conheço o "velho chico" praticamente desde que me entendo por gente. Nasci e cresci nas suas barrancas. Sou um barranqueiro, de Pirapora, Minas Gerais. Moro em BH a praticamente 14 anos, mas minha infância e adolescência se deram às margens do rio São Francisco. Em Pirapora fiz alguns dos meus melhores amigos, aprendi a nadar, conheci meus primeiros amores, aprendi valores que hoje me acompanham. Meu mundo começa ali, por isso o tema da transposição das águas do rio sempre me interessa de perto. O "velho chico" sofre hoje com as erosões, poluição, assoreamento, que são resultado do descaso com que o rio vem sendo tratado. Sempre achei que de nada vai adiantar essa tal "transposição", se as nascentes do rio não forem protegidas, se seus afluentes não forem limpos, se um verdadeiro projeto de proteção ao rio não for criado. Se nada disso for feito, que água chegará aos rios do semi-árido?... O que restará do rio para a tal transposição?
Mais uma contribuição ao debate é dada pelo professor João Abner, num artigo sobre a transposição do rio São Francisco , que traz o ponto de vista de um especialista em recursos hídricos.


terça-feira, maio 18, 2004

 

No Caminho com Maiakóvski



Essa vai para alguns amigos (Janderson, Djalma, Radamés)... pensar nisso ajuda a gente a compreender um pouco melhor como as coisas funcionam na realidade...

NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI (fragmentos)
EDUARDO ALVES DA COSTA

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.



segunda-feira, maio 17, 2004

 

Ainda Lula



Desculpem a insistência no tema...
É que recebi um email de um dos frequentadores/leitores do Blog, reclamando do meu último post sobre o Lula:
Gostaria de expor minha opnião em relação ao seu blog.

Antes de criticar o Lula, faça sua parte ajudando nosso pais a crescer.
Não sei vc sabe, mais a produção do BRASIL cresceu desde de o início do
mandato do NOSSO presidente Lula. Por que essa informação você ESCONDE
de
quem acessa seu blog?

Me desculpe se fui um pouco grosseiro, porém não posso deixa de ficar
indignado com o POVO brasileiro em geral, pois este só sabe criticar e
por a
"mão na massa" que é bom, ninguém faz.

Não devemos deixar de criticar, pois a critica serve como alavanca para
crescer, porém não PODEMOS deixar de elogiar o que está sendo feito de
bom.

Pense nisso

Fábio J. dos Santos


Caro Fábio,
Você não deixa de ter uma certa razão...
Mas acontece que ele é o Presidente...e tem que mostrar a que veio...
Apenas esclarecendo alguns pontos de sua mensagem: não sei se você sabe, mas acho que faço a minha parte. Trabalho de madrugada na Embratel, dou aulas de manhã (sou professor de Geografia, acima de tudo), e como professor tento sim dar a minha contribuição, despertando (ou tentando despertar) nos alunos o senso crítico, mas deixando que eles cheguem às suas próprias conclusões. Como se não bastasse, dou aulas em um Pré-vestibular comunitário, o "Educafro", um pré-vestibular para negros e carentes, numa tentativa de, como você diz, "fazer a minha parte".
Outro ponto é que votei no Lula em todas as eleições que ele disputou, e mesmo não sendo um petista de carteirinha, quase sempre voto em candidatos do partido.
Então, me sinto muito a vontade para criticar sim, pois eu também coloquei ele lá. Veja ainda que não estou criticando apenas por criticar como você disse.
Finalmente, não escondo informação nenhuma em meu Blog, não tenho essa pretensão. Só que você poderia ser mais claro: "a produção do BRASIL cresceu desde de (sic) o início do mandato do NOSSO Presidente Lula"... ótimo...
Mas cresceu o que???....Produção de que???
De grãos?... vamos continuar exportando produtos primários o resto da vida???...é esse nosso projeto de nação???...celeiro do mundo???... fazendo superávit para pagar juros de dívida???... faça o favor...
Cana-de açúcar, café, borracha, agora soja.... é muito pouco...


 

Expulsão de jornalista



Sábado, durante uma discussão entre amigos, a maioria estava de acordo com a decisão tomada pelo Presidente Lula contra o jornalista do NYT. Diziam que o Presidente estava certo, que a nação tinha sido desonrada, chamaram o Presidente de alcoólatra, etcetera e tal. Bom, pra começo de conversa, eles não sabiam sequer o que o jornaista havia publicado realmente. "Ouviram falar isso, ouviram falar aquilo". Sugiro que, primeiro, atentem para a realidade dos fatos, não do "ouvi dizer". Em segundo lugar, quando o Lula voltou atrás na sua decisão, disseram que o jornalista pediu desculpas, que o jornal tinha se retratado. Nem uma coisa, nem outra. O Lula viu o tamanho da burrada que estava fazendo, e pressionado de todos os lados, acabou recuando. Para os céticos (entre eles meu amigo Radamés), aqui vai o que o jornalista realmente disse num trecho do pedido de reconsideração da sua expulsão (cortesia de Ricardo Noblat):
"O requerente declara jamais ter tido a intenção de ofender a honra do Excelentíssimo Presidente da República a quem já pôde até mesmo entrevistar em algumas ocasiões, e reafirma seu grande afeto pelo Brasil e seu profundo respeito às instituições democráticas brasileiras, incluindo a Presidência da República. Na opinião do requerente, o artigo limita-se a veicular comentários, não contendo nenhum juizo de valor do próprio requerente, que de todo modo reitera que o texto não foi escrito para ofender o Presidente da República, embora as repercussões e polêmicas posteriores à reportagem possam ter lhe causado constrangimentos, os quais o requerente lamenta". "Os grifos são nossos".
Mas afinal, onde está o pedido de desculpas???
Em terceiro lugar, todos sabem que sou totalmente contra este tipo de atitude. Processra o jornalista, o jornal, obrigá-los a se retratar judicialmente, com certeza seria o caminho correto, se as palavras do jornalista chegassem a tanto.
Mas cassar seu visto, expulsá-lo do país, me pareceu um pouco demais. A ditadura, graças a Deus, já se foi a muito tempo. E me parece que a noção de democracia do "Reino das metáforas" está bem próxima do ideal cubano, uma ditadurazinha no meio do nada.
Devíamos nos indignar é com o aumento do desemprego, com o privilégio do econômico na política oficial do governo, com a inércia e paralisia que tomaram conta do Planalto, com a retórica vazia, recheada de metáforas fúteis, com o tão falado e prometido "espetáculo do crescimento", com o "Febeapá" que volta a assolar o país novamente, com o desgoverno total do nosso país, com o desperdício do meu e de milhões de votos que o "Rei" recebeu. Isso sim é de causar indignação e revolta. Não vai ser a opinião de um jornalista qualquer, de primeira ou quinta grandeza, que vai depreciar o nosso Presidente. Seus atos e suas palavras já falam por si só.


sábado, maio 15, 2004

 

Magmas Etílicos



Já ia me esquecendo...
No final do seminário de ontem, o evento cultural ficou a cargo da banda Magmas Etílicos, formada por músicos de primeira linha, amigos da faculdade. A rapaziada, além de transitar bem por todos os estilos musicais, tem um diferencial a mais: são geógrafos da melhor qualidade!!!...
Não podia ter sido melhor a noite...!

 

Seminário de Geografia



Hoje (ontem, porque já passa da meia noite), teve início na Puc/Minas o II Seminário "Cláudio Peres de prática de ensino em Geografia", em homenagem ao falecido Professor Cláudio Peres. Após as cerimônias de abertura, palestra da Prof. Ieda Silveira, seguida de conferência do Professor Jurandir L. Sanches Ross. O professor Jurandir Ross é bastante conhecido, pois é dele a mais nova classificação do relevo brasileiro, e sua conferência, como se esperava, foi muito interessante.
O problema foi a palestra da Prof. Ieda. O tema proposto era referente à abordagem da geografia física nos livros didáticos, mas infelizmente a convidada gastou quase a totalidade do seu tempo para mostrar o conteúdo da coleção "A Geografia da Gente", para o ensino fundamental. Coincidentemente, a professora é a autora da coleção. Nada contra a coleção em si, que parece ser de boa qualidade (apesar dos volumes serem muito extensos para o ensino fundamental). Nada contra também a professora ir lá divulgar seu trabalho. Meu protesto é apenas um: não é a primeira vez que isso acontece, e a faculdade poderia colocar as coisas mais claramente... é só deixar claro que "tal" palestra vai tratar de "tal" coleção, de autoria do palestrante. Não nos sentiríamos logrados, e a impressão deixada pelo palestrante seria outra.

quinta-feira, maio 13, 2004

 

Cotas para Negros



Mudando um pouco de assunto...
Muito se tem falado e discutido sobre a proposta, já colocada em prática por diversas Universidades brasileiras, de reservar um percentual de vagas a alunos afrodescendentes.
Aqueles que me conhecem sabe que não sou branco, e os que me conhecem mais ainda sabem que dou aulas (gratuitamente) em um pré-vestibular comunitário para negros e carentes.
Pois bem. Acho esse sistema de cotas para negros um absurdo. Não que os negros não mereçam. Depois de tantas injustiças, alguma coisa deveria ser realmente feita, e um grande argumento a favor do sistema é o de levantar uma discussão a respeito do assunto, fazendo surgir novas opiniões e novas idéias.
Mas o ponto chave é que tal sistema faz com que a entrada dos negros na Universidade seja visto como um favor, e não como merecimento, o que poderia causar constrangimentos futuros, quando seriam avaliados não pela sua competência depois de formados, mas por ter cursado uma faculdade onde o critério de entrada seria a sua raça.. Ao invés de privilegiar determinada raça (lembrando que outras ficariam de fora), um sistema mais eficiente seria fazer com que a população pobre tivesse acesso à universidade. Um projeto do governo, o "Universidade para Todos", parece caminhar nesse sentido, mas confesso que ainda não conheço os detalhes. Além disso, disponibilidade de mais vagas, salários melhores aos professores, viabilizando uma educação de qualidade na base já ajudaria muita gente.
Dessa maneira, problemas como desemprego, violência, falta de oportunidades seriam, com certeza, um pouco minimizados. E com mais certeza ainda, o negro, que é grande maioria dessa população pobre, estaria sendo beneficiado. Claro que não resolveria tudo, mas seria um bom início...


quarta-feira, maio 12, 2004

 

Reino das Metáforas



Mais uma do "Reino das metáforas"


Como se não bastasse o novo "Febeapá" que do Rio de Janeiro já chegou a Brasília, mais uma do nosso ilustre presidente.

Como todo mundo sabe, Lula não dá entrevistas coletivas... uns dizem que talvez seja medo de alguma saia-justa de algum repórter. Eu fico com a opinião, compartilhada pelo Alexandre, que o PT é bom pra dialogar entre eles, mas não sabe ouvir opiniões externas e nem gosta de ver seus argumentos debatidos e discutidos em público.
Como se não bastasse, agora toda essa celeuma causada por um repórter correspondente do New York Times, que disse em uma coluna algo sobre os hábitos alcóolicos do Lula.
Fica decretado então que, de agora em diante, todo aquele que discordar ou falar mal do nosso ilustríssimo e digníssimo Presidente, pode estar sujeito a ser expulso do Brasil (para o caso de ser estrangeiro) ou até mesmo exilado (cuidado, jornalistas tupiniquins!!!)...
Como diria Bóris Casoy: ...

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