terça-feira, agosto 31, 2004

 

Ainda sobre mendigos


Primeiro em São Paulo, depois Belo Horizonte, e agora em Cubatão. Não bastasse ter que enfrentar a dureza de sobreviver nas ruas das grandes cidades, os mendigos tentam agora sobreviver a essa onda de barbárie e violência, onde são as vítimas novamente. Epidemia? Talvez. Epidemia de maldade, de ignorância, de crueldade, de desrespeito à vida alheia, epidemia de falta de valores.

A respeito desse comportamento repulsivo, o estimado Lucivânio Jatobá (a quem não conheço pessoalmente), tem uma opinião interessante. Para reforçar sua opinião, ele lembra do livro "A mistificação das massas pela propaganda política", de Serge Tchakotine, onde o autor discorre sobre o Reflexo de Imitação. Faz certo sentido. Para exemplificar, Lucivânio cita o caso da jovem que mandou matar os pais, fato que ocorreu posteriormente em outros Estados, e o número de suicídios na UFPE, que vem se repetindo nos últimos anos. Pois bem. Bastou a mídia focar o caso dos mendigos assassinados em São Paulo, e a história se repete em outras cidades do país. É assim também quando noticiam determinados tipos de crime, cujas estatísticas tendem a aumentar depois.

Mas além do tal "reflexo de imitação", outro reflexo se faz sentir em nossa sociedade. É o reflexo da falta de oportunidades, das desigualdades, da impunidade, da barbárie, do processo de "animalização" pelo qual estamos passando. É o resultado da gradual e lenta desintegração de valores e relativização das coisas, onde além de "coisificados", estamos sendo cada dia mais "bestializados".


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