quinta-feira, agosto 12, 2004

 

Camelôs no hipercentro de BH


Nesta semana, a Prefeitura de Belo Horizonte resolveu fazer valer o novo Código de Posturas do município, que previa a retirada dos camelôs do hipercentro da cidade. A princípio, os mesmos seriam alocados em áreas especialmente criadas para isso, os chamados "shoppings populares". Inclusive, já existem alguns funcionando, como o "Shopping Oiapoque", e outros que acabam de ser inaugurados, como o "Shopping Tupinambás".

Devido aos confrontos dessa semana, o prazo para retirada de todos os camelôs das ruas do centro de Belo Horizonte foi prorrogado para o início de Outubro, quando ficam prontos os shoppings Caetés e Tocantins.

Como era de se esperar, após saírem em passeata, os camelôs acabaram entrando em conflito com a Polícia Militar. Entre as suas reclamações, o receio quanto à mudança de endereço, sair das ruas, e principalmente, o preço dos aluguéis cobrados nos tais shoppings populares, com valores de até R$ 300,00 reais, com taxas de condomínio que chegam a R$ 30,00 reais. Querem que a Prefeitura pague as despesas. Ou seja, nós devemos pagar a conta.
A economia informal, da qual fazem parte os camelôs, é grande demais para ser ignorada ou negligenciada. Políticas que ajudem ao setor são sempre bem vindas. Mas querer jogar todo o ônus para o Estado (ou sociedade) aí também já é demais...

Os principais medos dos camelôs não se concretizaram. Em várias visitas realizadas ao Shopping Oiapoque, pude verificar o grande volume de vendas e o trânsito intenso de pessoas no local. Ou seja, as pessoas que querem ou que preferem realizar suas compras, adquirir seus produtos junto aos camelôs, os procuram onde eles estiverem. Por outro lado, os camelôs ganham em segurança, conforto e comodidade. Nada mais justo que se responsabilizem pelas despesas.

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