quinta-feira, setembro 30, 2004

 

Arrastão Moral


Ah, o Rio de Janeiro! Fico pensando o que seria da gente sem essa "cidade maravilhosa". Já estava me preparando aqui pra comentar sobre o FEBEARIO (FEstival de BEsteiras que Assola o RIO), protagonizado pela sempre divertida dupla dinâmica de "garotinhos", e eis que vejo em todos os jormais e telejornais as últimas notícias cariocas.
Na praia do Leblon, grupos de jovens aterrorizaram os turistas, promovendo arrastões e ataques a no mínimo três grupos de turistas que por ali se divertiam. As cenas foram gravadas por um cinegrafista amador, e exibidas nacional e internacionalmente. Já era o bastante para deixar qualquer um indignado. Pior foi ver a atuação dos policiais militares que estavam "trabalhando" no local: assistiram a tudo passivamente, tendo inclusive conversado com alguns infratores, sem efetuar nenhuma prisão. Achando que não podia ficar pior, vejo as declarações do comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Hudson Aguiar Miranda. O coronel, além de classificar o ocorrido como atípico, se derramou em bobagens, bem ao estilo "garotinho". Primeiro, disse que não houve falha no policiamento, e que os policiais militares que chegaram ao local conversaram com as vítimas para que elas descrevessem os responsáveis pelo crime. Estranho, porque as imagens mostram os policiais chegando ao local e bem próximos aos criminosos, tão próximos que uma boa olhada seria suficiente para ter a tal descrição. Tudo bem. O melhor o coronel deixou para o final: disse que achava muito estranho o ocorrido. Com suas palavras: "É de se estranhar que próximo às eleições sejam filmados casos como este. Isso é uma questão muito mais social do que para a polícia resolver"...
Confesso que não entendi. O que quis dizer o coronel, homem experiente, comandante da PM carioca? Que foi tudo uma farsa, montada por adversários políticos do prefeito? Ou adversários políticos da "dupla dinâmica" de garotinhos? Quer dizer então, que agora crime deixou de ser caso de polícia, para virar uma "questão social"?
Não ignoro que a criminalidade tem uma profunda ligação com a questão social. Mas o comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, depois de fatos e imagens de tanta repercussão, ir à tv e dizer que aquilo não era um problema de polícia, foi demais...
Ah, Rio de Janeiro...
Eita Brasil!!!...

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