domingo, setembro 12, 2004

 

Renda, bolsa ou esmola?


Conforme divulgado recentemente na imprensa, o governo não tem nenhum controle em relação a frequencia às aulas das crianças beneficiadas pelo programa Bolsa Escola. Lula se mostrou (quase) surpreso com a notícia. Conforme disse o Cristovam Buarque em artigo recente, aos poucos o programa de Bolsa se transforma em programa de Renda. Ainda segundo o Senador, a primeira apóia o presente, e a segunda muda o futuro. Perfeito.

Agora, me digam, onde estava o ministro Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social, que deveria ser o responsável por controlar a frequencia dessas crianças? O que anda fazendo o Sr. ministro? Se não consegue nem mesmo controlar a execução de tais programas, porque continua no governo?
O que me desanima mesmo, de verdade, é a falta de perspectiva. Quando tais programas de assistência darão lugar a caminhos que tirem as pessoas do assistencialismo barato? Não que eu desconheça a necessidade dos programas sociais. Num país como o nosso, realmente não dá para esperar que as coisas aconteçam, e o assistencialismo é melhor do que nada. Mas até quando? Qual o interesse em manter a população mais carente nesse eterno assistencialismo barato?

Ninguém é perfeito. Nossos políticos, menos ainda. Não sabem e não querem saber aprender a fazer políticas públicas. Enquanto isso, sofremos. Nossa educação tem pouca qualidade. Nosso sistema de saúde, que tem potencial para ser um dos melhores do mundo, é uma porcaria. Não conseguimos criar empregos suficientes para os jovens que ingressam no mercado de trabalho, que dirá para os que já estão no mercado e perdem o emprego. Nossa justiça, além de lenta, é cega. Só enxerga quando quer, e quem quer.
Aqueles que podiam significar mudanças, que tinham a credibilidade necessária, preferiram trilhar o caminho da mesmice. Na economia. Na área social, nem mesmo o pouco que funcionava antes funciona mais.

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