quarta-feira, novembro 10, 2004

 

Agronegócio como alternativa


O agronegócio pode se tornar realmente uma alternativa viável para o Brasil?
As exportações no setor aumentam a cada ano, baseadas num constante aumento de produtividade e de expansão das fronteiras agrícolas. Estamos entre os maiores produtores mundiais de soja, açúcar, feijão, café, entre outros; e somos também um dos maiores exportadores mundiais de carne bovina. Além dos dividendos econômicos, tal posição confere também poder político ao país, nas diversas esferas de negociação econômica internacionais.
Por outro lado, o agronegócio não pode ser visto como única alternativa de desenvolvimento para um país como o Brasil, por vários motivos. Primeiro porque a composição das riquezas geradas pelas atividades agropecuárias no PIB brasileiro é muito baixa, cerca de 8%. Em segundo lugar, o preço dos produtos primários, aí incluído o agronegócio, vem sendo constantemente desvalorizado no cenário internacional. Em terceiro lugar, o cenário do agronegócio no país está sendo controlado cada vez mais pelas grandes empresas transnacionais, como por exemplo a Monsanto, que interfere cada vez mais na política econômica brasileira defendendo seus interesses na produção de soja transgênica. Por último, tal modelo de desenvolvimento, calcado no agronegócio, pode trazer danos ambientais irreversíveis no que diz respeito à expansão das fronteiras agrícolas, como por exemplo o aumento da área reservada para o cultivo da soja no cerrado.
Os grandes biomas como a Floresta Amazônica, o Cerrado e o pouco que resta da Mata Atlântica se encontram constantemente ameaçados pelo cultivo de tais produtos. Sem falar ainda que, não se pode esquecer da agricultura familiar, responsável pela maior parte do que é produzido no país.
Num mundo cada vez mais competitivo e globalizado, restam poucas chances para que um país periférico como o Brasil passe a fazer parte do seleto grupo dos países desenvolvidos. O desafio é promover o crescimento de todos os setores econômicos, sobretudo aqueles que demandam alta tecnologia. Como exemplo temos a Embraer, uma empresa reconhecida mundialmente pela alta competitividade e desenvolvimento tecnológico. Agregar valor aos produtos nacionais passa por investir em todos os setores econômicos, produzindo tecnologia ao invés de importar, investindo no turismo e setor de serviços em geral, e claro, fomentando o agronegócio, mas não como se fosse a única alternativa possível.

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