sexta-feira, novembro 12, 2004

 

A morte e a morte de Yasser Arafat


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Na madrugada de ontem, morreu Yasser Arafat, presidente da Autoridade Nacional Palestina, de falência múltipla de órgãos, depois de uma semana de boatos e desmentidos de uma suposta morte cerebral. Arafat, célebre terrorista das décadas de 70 e 80, foi o fundador do Fatah, movimento nacionalista que se tornou o núcleo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), milícia armada responsável por diversos ataques a Israel e atos terroristas mundo afora. De comportamento dúbio, acusado de enriquecimento ilícito (sua fortuna é calculada em milhões de dólares), Arafat sempre foi uma incógnita. Seus detratores o acusam de nunca querer a paz, e de ser incapaz de controlar os atos terroristas praticados pelas diversas milícias armadas que combatem Israel. Alguns israelenses, ontem, se alegraram e comemoravam a sua morte.

Na madrugada de ontem, morreu Yasser Arafat, presidente da Autoridade Nacional Palestina, de falência múltipla de órgãos, depois de uma semana de boatos e desmentidos de uma suposta morte cerebral. Arafat, que no início da década de 90 renunciou ao terrorismo, era a personificação do sonho de um Estado palestino, causa pela qual lutou até a morte. Os acordos assinados em Oslo, capital norueguesa, são provavelmente o ponto mais próximo da paz a que chegaram israelenses e palestinos. Em 1994, Arafat e Rabin receberam o Nobel da Paz. Muitos palestinos, ontem, sofriam e choravam a sua morte.

Qual Arafat ficará na História?

Por mais paradoxal que seja, a morte de Arafat coloca o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, contra a parede. Afinal, Sharon sempre disse que Arafat era um "obstáculo" ao processo de paz entre israelenses e palestinos. Agora que o obstáculo desapareceu, não resta a Sharon outra alternativa senão avançar ainda mais em ações que busquem uma solução para o conflito, como a já iniciada retirada de colonos israelenses da Faixa de Gaza. Não vai ser fácil. Os partidos políticos que apoiavam Sharon estão abandonando o barco, como os Trabalhistas, e mesmo dentro do Likud (partido de Sharon) a retirada dos colonos de Gaza não foi bem recebida. Resta saber se Sharon vai ter capital político para levar adiante a empreitada, somando a ela ações no sentido do reconhecimento efetivo do Estado palestino.

Por outro lado, a morte de Arafat criou um vácuo de poder entre os palestinos. Mahmoud Abbas (conhecido como Abu Mazen) foi escolhido para substituir Arafat na liderança da OLP, sendo considerado o número 2 entre os palestinos. Mas nem Abbas, nem Ahmed Korei (premiê palestino) gozam de muita popularidade entre os palestinos, sobretudo entre os grupos mais radicais, principalmente por criticarem o uso da violência por tais grupos. Tanto Abbas, quanto Korei ou qualquer outra liderança que ocupe o lugar de Arafat estão fadados ao fracasso se não contarem com o apoio da população e, principalmente, se não conseguirem controlar as milícias armadas e seus ataques terroristas contra alvos israelenses.

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