quarta-feira, dezembro 22, 2004

 

Podem acreditar


O rapaz se chama Reginaldo. Mora nas ruas de Belo Horizonte. Sempre encontro com ele quando estou chegando no trabalho. Sempre me espera, e ocasionalmente, sempre lhe dou alguma coisa... algumas moedas, vale-tranportes, o pouco que geralmente trago no bolso.
Ultimamente, andou meio sumido. Vi-o novamente por estes dias. perguntei o que havia acontecido: "Tava em cana. Rodei. Armaram pra mim." Disse que agora tem que ficar esperto, pois acabou de completar 18 anos, se "cair" na cadeia novamente não vai sair tão cedo. Dei alguns conselhos, trocamos algumas idéias.
Ontem, quando estava chegando aqui, ele veio ver se eu tinha alguma coisa para ele. Verifiquei os bolsos, nada encontrei. Apenas algumas moedas, não mais que 50 centavos. Meio sem jeito, expliquei que nada tinha naquele dia, apenas aquelas moedas, a situação estava ruim, nem dinheiro para ir embora no final do expediente eu tinha. Me olhou atentamente. Enfiou a mão no bolso. Tirou de lá um vale-transporte, dizendo: "Pega aí, maluco... eu seguro a onda, você me dá uma força todo dia. Uma mão lava a outra!..."
Claro, não aceitei... mas pouca coisa me deixou tão surpreso e intrigado...

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