sexta-feira, dezembro 03, 2004

 

Sudão, Chechênia, Iraque...


A questão chechena, os acontecimentos no Sudão, Afeganistão ou Iraque não transcendem a retrospectiva dos fatos históricos. Pelo contrário, a correta compreensão de tais fatos é que nos permite perceber, com riqueza de detalhes, o desenrolar dos acontecimentos e sua análise. Sem tal retrospectiva histórica, qualquer pretensão de análise geopolítica está fadada ao fracasso.

Generalizações de qualquer tipo, como "Todos (...) se calaram com o genocídio russo contra os chechenos", por exemplo, não condizem com a realidade, além de deixar a impressão que nosso senso crítico seja caolho, enxergando apenas um lado da questão. Fico preocupado e indignado com as coisas que acontecem. Tanto norte-americanos quanto russos entendem perfeitamente o que ocorreu. Não sejamos tão tolos e ingênuos ao ponto de pensar o contrário. Novamente, generalizações não ajudam em nada.

Na época do 11 de Setembro, vários intelectuais e vozes importantes da América se levantaram para condenar a sua política externa, vendo imediatamente nos atentados uma resposta a tal política. Se isso não acontece de imediato na Rússia, é justamente porque lá também (como para alguns, por aqui), as "palavras" não são bem vindas, pois conhecem a força que elas têm.

Claro, "flores" não seriam uma resposta à altura. mesmo porquê "bichos" desconhecem a sua beleza e o que representam. Numa luta entre "bichos", só podemos esperar atos de barbárie de ambos os lados. Não se trata realmente de justificar nada, porque nada justificaria mesmo. Com certeza, nem citações bíblicas nem meras "palavras" resolverão a questão do terrorismo e da violencia. Até porque, quem pratica tais atos, não se sensibiliza com vidas humanas, quanto mais com meras "palavras".

Ninguém está negando a verdade a ninguém. Pelo contrário, estamos tentando desvendá-la. Como professor, é o que tento mostrar aos meus alunos, explicando a eles as possíveis causas de tais atos. Aí novamente, a "retrospectiva histórica" e a "reprodução de notícias" é uma valiosa ferramenta. "Ferramenta", vou frisar novamente para aqueles que insistem em não compreender o que digo.

Transcender o senso comum. Necessário. Para isso, nada melhor do que as tais "palavras". Daqui de onde estou, é o que posso fazer. É a minha contribuição. Ainda não perdi a capacidade de me indignar, de me revoltar contra tanta estupidez. Não costumo analisar apenas um lado dos fatos, porque sempre existe o outro lado. Não me furto ao estudo ou pesquisa da origem das coisas (olhem, novamente, a necessidade da retrospectiva histórica...)

Finalmente, é das "palavras" que vivo. Por isso tenho a elas tanto apreço e consideração. Seja escrevendo, lendo ou falando, minha vida são as palavras. São minha ferramenta. Infelizmente, talvez isso seja difícil de compreender para alguns que, mesmo criticando, também delas costuma fazer bom uso. Não nos percamos em análises simplistas e superficiais. Não percamos nossa capacidade de indignação. Não olhemos os algozes como vítimas... muito menos as vítimas como algozes. Saibamos separar o joio do trigo.

Comments:
Alguns buscam razões como procuram culpas, são os juízes das razões próprias. A análise da história pede mais olhares e razões. Quanto as palavras, todos escutam, faltam as palavras certas, que não são necessariamente as que se quer ouvir. Abraço camarada!
Reginaldo Siqueira singrando.org
 
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