quinta-feira, janeiro 13, 2005

 

Solidariedade e Tsunamis


Solidariedade é uma palavra bonita, que traduzida em ações concretas, se torna mais bela ainda. Já chega a mais de 15 bilhões de dólares a ajuda prometida por diversos países, organizações e pessoas, para as vítimas dos países atingidos pela tsunami no Oceano Índico. O mundo é solidário quando quer, não resta dúvida. Eu, como sou um pouco cínico, acho que tal ajuda se deve em parte ao grande número de turistas de vários países vítimas da tragédia, o que explica também a comoção mundial. Mas deixando o cinismo de lado, quase 200 mil mortos é um número que entristece, choca, e não há como deixar de ser solidário numa tragédia de tamanha magnitude.

Sendo um pouco chato, gostaria apenas que o mundo fosse sempre assim, ou mais solidário ainda. Com as vítimas da fome e da AIDS na África, por exemplo. Ou com aqueles que vivem abaixo da linha da pobreza, na miséria, pelo mundo afora. Mas...

Sendo mais chato ainda, deixando de ser global e falando um pouco mais localmente, o brasileiro em geral também é solidário. Já enviamos daqui aviões com remédios, comida e roupas para as vítimas da tragédia asiática. Se tivéssemos muito dinheiro, com certeza enviaríamos algum também. É, somos um povo solidário. Nosso presidente anda aí, pelo mundo, a pregar um tal de "Fome Zero" mundial. Pena que ainda não fez o dever de casa, mas isso é apenas um detalhe. O que importa é que somos um povo solidário, basta ver nosso desempenho nas diversas campanhas beneficentes, como Teleton, Natal Sem Fome, Criança Esperança, onde milhões de reais são arrecadados.

Pena que somos solidários apenas nas grandes tragédias, como a ocorrida na Ásia. Pena que somos solidários apenas uma parte do ano, um mês, ou um dia. As tais campanhas que acabei de citar são importantes, claro, e sem elas a situação seria muito pior para aqueles que precisam. Mas temos que aprender a ser um pouco mais solidários. Lembrar de quem precisa apenas no Natal, ou durante uma campanha beneficente, é muito pouco, e é muito fácil. Lembrar cotidianamente de quem precisa, dos necessitados, é que é complicado. Dá muito trabalho. Afinal, a culpa não é nossa.

Obs: tem gente que está cagando e andando para o mundo, para as pessoas, para quem precisa. Tem gente que acha solidariedade uma babaquice. Tem gente que acha que pessoas que não tem o que vestir ou comer, pessoas que morrem de frio ou não tem onde morar, pessoas que nao tem emprego, saúde ou dignidade, não são um problema seu. E realmente não é. Para quem consegue viver assim, neste mundo, sem se importar com os outros ou sem se comover... Parabéns... Infelizmente (ou não), não consigo pensar dessa maneira...

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